Japão
As brisas se juntaram para apostar corrida entre os meus fios de cabelo (enrolados de vez em quando), e o sol juntou as nuvens na sua frente para que um pouco abaixo delas, e um pouco grudado no limite do mar, alguns (ou bem poucos) vissem a explosão laranja que acontecia no horizonte.
Um horizonte que em poucos minutos olharia para a luz da noite, para que outro horizonte pudesse ver a cor do dia, que não mais seria tão alaranjada, pois o sol sempre fica amarelo claro quando o dia recomeça.
Neste momento, esqueci de te dizer -ou preferi guardar pra mim-, meu desejo era saber alcançar, muito rápido, o horizonte que eu não podia ver. Queria correr pro Japão, onde já era futuro, mas onde por pura excentricidade, o Sol nasce cor do amor, do beijo e do não. E foi nesse momento, que as mãos pareciam dizer amor, me assustei com o beijo, e se eu pudesse voltar atrás diria "não": a vida é engraçada e gosto assim, quando ela me engana, e de repente, me leva pra tomar sorvete com você.
Escurece, a gente de vez em quando, num riso por ali e aqui, se conhece, e se despede, em meio às luzes dos carros voando sobre o chão, fazendo um céu de cometas em volta do cubo congelado, com nós dois dentro, parados no mesmo segundo, naquele momento. O último beijo, e você tem gosto de sorvete de menta com chocolate, mas com jeito de quem queria morango. Deixa pra lá, o sorvete não vai fugir, só quem foge é o Sol, pro Japão, quando quer mudar de cor: beijo, amor, não.


4 comentários:
sobre quem é?
sobre qualquer pessoa (:
Porra.. muito sensacional! morri!
OH! VIVA! Fico contente Opcional!!!
Postar um comentário