Oui, mon amour


Te conheci já não era mais tarde, pra ser mais precisa, passavam das dez, mas a noite ainda era um pouco azul, eu podia ver as nuvens, desalaranjando devagar, atrás dos edifícios aparentemente da mesma cor. Todos eles.


Anoitecer e amanhecer, um encontro repentino, e possivelmente desejado, há algum tempo, não se sabe se por mim, se por você, talvez por ambos. Bom, mas afinal, eu nem mesmo te conheço agora, nem mesmo depois de um brinde ao azar daqueles que não amam, e aqueles que condenam a boa música, acompanhado de risos espontâneos, com som de velhos amigos, e pitadas de rock and roll.


A noite fria nos pegou de madrugada, então você me ofereceu sua jaqueta jeans, fingindo ter aprendido isto num filme antigo, mas com um ar de solenidade, incrivelmente sério, que me fez rir baixo.


O céu ficava cada vez mais claro, e nós corríamos contra ele, corríamos atrás da noite, para que ela durasse mais.


Ainda embaixo do azul escuro, eu perguntei se poderíamos viver para sempre ali, o mesmo dia e a mesma noite, enquanto você acendia um cigarro, com um isqueiro de metal. Fiquei surpresa e ainda assim feliz mesmo sabendo que tratava-se do impossível, quando me beijou a ponta do nariz e disse apenas "oui, mon amour".

Posted by Menina Radiguet Drubi | às 9/07/2010 04:59:00 AM

0 comentários:

Postar um comentário