Afinal, houve realmente uma intenção de contar sobre a tarde. Eu fingia fingir não ter nenhum propósito, enquanto apenas a trazia para mais perto de mim. Convidei a tarde para sentar na beira da minha cama, e como tantas vezes, eu conversei com meu travesseiro, que me traduzia o que a tarde lhe contava, no dia em que passei aquela tarde com você, num quarto trancado, com uma rede aberta, e um céu de cor.
Eu sei de cor que gostaria de você com tatuagens coloridas e com aspectos de quebra-cabeça de vitral, com figuras bizarras e flores inventadas, mas se você tivesse, eu não gostaria de você. Porque eu queria poder só gostar de você exatamente assim como você está agora, mesmo que você esteja dormindo ou acordando.
Gostaria de fazer uma exposição de fotos penduradas com pregadores de roupa na tour eiffel de pessoas nuas correndo atrás de um carrossel capaz de chamar mais atenção que elas. Mas elas seriam abordadas por policiais assustadores, e elas não seria tão bravas para discutir com eles.
Por isso prefiro concluir que você é a pessoa mais valente entre todas as pessoas nuas que eu imaginei e mais tatuada do que todas as mulheres furadas e pintadas que eu vi, porque você seria a única a dividir uma tarde comigo, numa rede, numa cama, num chão, num céu, azul.
Posted by Menina Radiguet Drubi
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11/21/2010 02:52:00 AM
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Prometo que só você entenderá cada pedaço de palavra que eu disser, repetir, reescrever, outra vez, e desta vez, com as minhas próprias mãos. Esta tarde passou primeiro pela própria tarde , depois passou por meus olhos, minha mente triturou até os cantos daquele quarto trancado, e agora eu finjo ser alguém inspirado e encantador, mas na verdade, ou foi você, ou foi a tarde, ou foi a chave, quem pensou em tudo.
Minha cabeça é tão oca quanto um tronco ruído, um copo cheio de ar, um sala entupida de eco, um silêncio insuportável, mas que eu nunca consigo ouvir, porque sempre, a todo o tempo existe algo atrapalhando, colorindo, informando, dentro do algodão-doce rosa e húmido que molha as paredes do meu crânio.
Eu não invento nada. Sou apenas uma reles vivedora de coisas normais, que por sua causa transforma cada som das frases, na mente dos outros, em músicas inteligíveis, confusas, e cruas.
Sua loucura, disfarçada em pequenos cachos rasgados, não me engana, minha mente é fruto do seu mistério, sou inquieta, perspicaz, e quase nunca tenho culpa quando que não quero ter.
Algumas pessoas indignam-se com os fins que findam sem ar de fim. Só sabe quando realmente é a hora do fim, aquele que o faz, e agora é fim, e a tarde ficou para trás, como se eu nunca tivesse fingido pretender falar nela.
Posted by Menina Radiguet Drubi
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11/21/2010 01:40:00 AM
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Posted by Menina Radiguet Drubi
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11/21/2010 01:36:00 AM
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Se as vacas bebessem leite,
seriam seres autótrofos.
O cotovelo para mim é um
joelho velho.
Posted by Menina Radiguet Drubi
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às
11/02/2010 03:41:00 PM
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Sair de perto das outras pessoas era como tomar um outro rumo, ou poder olhar direito para os olhos que deitavam comigo, e não saiam de lá, mesmo depois de horas, e parecia que tudo era infinito, e que continuaria igual, no mesmo lugar.
Nossas conversas quase sempre levianas e sonhadoras não nos deixava ouvir mais nada, e havia um certo medo dentro de mim, da sua felicidade nos assuntos que me deixavam com vontade de te trancar numa caixa e guardar para mim e mais ninguém. Claro que eu não quero ir embora, e sempre tentamos fazer esse pensamento não volte, com um toque, ou um sorriso, é dele que não precisamos.
Eu me distraía nas suas sardas na pele rosada, e insistia em silêncio, para que você olhasse para mim e me beijasse rapidamente, só para eu não ter que dizer nada, nada que você não saiba.
Você odiava a praia, tanto quanto eu odiava te ver sem mim, na praia. Era bom segurar sua mão, mesmo com todo o vento e as gotas de água que respingavam em mim, nos fazendo rir.
Estávamos apenas andando, mas na minha imaginação, corríamos e fazíamos saltos impossíveis e loucos, que nos davam preguiça, então era melhor deitar.
Passamos o tempo olhando pro céu, e para as estrelas dos olhos, que iam desaparecendo ao escurecer e iam ficar perto da lua. Apesar dos meus joelhos e mãos cobertos pela areia, era inevitável te abraçar e nadar no mar de grãos. Era estranho, toda aquela maresia, o tempo devagar, mas finalmente fomos tirar os grãos do corpo, e deitar numa rede fria. Agora minhas bochechas também estavam rosadas, eu que tinha jurado não mostrar a cara para o sol, e enquanto começava a sonhar você olhava para os meus cabelos mais claros, depois da praia e eu beijava seu sorriso, para dormir melhor.
Posted by Menina Radiguet Drubi
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às
11/01/2010 04:17:00 PM
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