Fim
Prometo que só você entenderá cada pedaço de palavra que eu disser, repetir, reescrever, outra vez, e desta vez, com as minhas próprias mãos. Esta tarde passou primeiro pela própria tarde , depois passou por meus olhos, minha mente triturou até os cantos daquele quarto trancado, e agora eu finjo ser alguém inspirado e encantador, mas na verdade, ou foi você, ou foi a tarde, ou foi a chave, quem pensou em tudo.
Minha cabeça é tão oca quanto um tronco ruído, um copo cheio de ar, um sala entupida de eco, um silêncio insuportável, mas que eu nunca consigo ouvir, porque sempre, a todo o tempo existe algo atrapalhando, colorindo, informando, dentro do algodão-doce rosa e húmido que molha as paredes do meu crânio.
Eu não invento nada. Sou apenas uma reles vivedora de coisas normais, que por sua causa transforma cada som das frases, na mente dos outros, em músicas inteligíveis, confusas, e cruas.
Sua loucura, disfarçada em pequenos cachos rasgados, não me engana, minha mente é fruto do seu mistério, sou inquieta, perspicaz, e quase nunca tenho culpa quando que não quero ter.
Algumas pessoas indignam-se com os fins que findam sem ar de fim. Só sabe quando realmente é a hora do fim, aquele que o faz, e agora é fim, e a tarde ficou para trás, como se eu nunca tivesse fingido pretender falar nela.


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