Antes do fim: uma tarde
Afinal, houve realmente uma intenção de contar sobre a tarde. Eu fingia fingir não ter nenhum propósito, enquanto apenas a trazia para mais perto de mim. Convidei a tarde para sentar na beira da minha cama, e como tantas vezes, eu conversei com meu travesseiro, que me traduzia o que a tarde lhe contava, no dia em que passei aquela tarde com você, num quarto trancado, com uma rede aberta, e um céu de cor.
Eu sei de cor que gostaria de você com tatuagens coloridas e com aspectos de quebra-cabeça de vitral, com figuras bizarras e flores inventadas, mas se você tivesse, eu não gostaria de você. Porque eu queria poder só gostar de você exatamente assim como você está agora, mesmo que você esteja dormindo ou acordando.
Gostaria de fazer uma exposição de fotos penduradas com pregadores de roupa na tour eiffel de pessoas nuas correndo atrás de um carrossel capaz de chamar mais atenção que elas. Mas elas seriam abordadas por policiais assustadores, e elas não seria tão bravas para discutir com eles.
Por isso prefiro concluir que você é a pessoa mais valente entre todas as pessoas nuas que eu imaginei e mais tatuada do que todas as mulheres furadas e pintadas que eu vi, porque você seria a única a dividir uma tarde comigo, numa rede, numa cama, num chão, num céu, azul.
Por isso prefiro concluir que você é a pessoa mais valente entre todas as pessoas nuas que eu imaginei e mais tatuada do que todas as mulheres furadas e pintadas que eu vi, porque você seria a única a dividir uma tarde comigo, numa rede, numa cama, num chão, num céu, azul.


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